
Tal fato ocorrerá, porque os homens têm uma tendência espontânea para admirar, descobrir, conhecer, compreender e buscar as causas do mundo natural, as coisas objetivas, os outros nos campos de afetação e a si mesmo enquanto presentificação na natureza e na sociedade em que vive.
Nestes termos, Severino (1992, p. 20) dirá que "(...) a consciência humana se inaugura como impulso vital originário, como uma espécie diferenciada de instinto, sem rigidez de um puro mecanismo. E, nesse nível, a consciência faz corpo com o agir dos homens que assumem então um papel de sujeitos dessa ação, subjetividade até então puramente vivenciada, que não se dava conta de si mesma".
Portanto, neste processo de feitura da consciência e do dar-se conta de si mesmo, uma subjetividade relacionada com o mundo a sua volta, o homem desencadeará formas diversas de agir para sobreviver em seu contexto sócio-histórico cultural, reorganizando ou modificando os recursos naturais disponíveis em sua realidade. Ou seja, “essa capacidade é um dado novo, essa disponibilidade de um equipamento que lhes permite modificar, de acordo com uma intenção subjetivada, a ordem instrumental mecânica do mundo natural” (SEVERINO, 1992, p. 20).
No limiar deste processo o ser humano subjetivado irá promover três esferas da existência humana, a saber, a prática produtiva, criadora das condições técnicas do trabalho; a prática social, gerenciadora dos agrupamentos sociais; e a prática simbolizadora, geradora dos conceitos e valores do mundo, das coisas, dos outros e do si mesmo.
Contudo, no decorrer do exercício ativo de tais práticas humanas, umas esferas em relação às outras, adquirirão certa autonomia e independência, como se as mesmas tivessem finalidades próprias, uma vez que se utiliza de recursos específicos para as suas implementações.
Este é o caso da prática simbolizadora que se expandirá e se transformará, ao longo dos tempos, devido ao uso constante da subjetividade humana. Assim surgiram as explicações acerca do mundo, das coisas, dos outros e do si mesmo em bases mitológica, religiosa, científica, artística e fundamentalmente

Bem, é com tal prática simbolizadora autônoma e independente que o homem gerará toda sorte de explicações acerca da realidade, a saber, o senso comum, o mito, a

Dito desta forma, é que poder-se-á entender a relação existente entre a FILOSOFIA, o filme MATRIX, o filme PERFUME e o filme O MUNDO DE SOFIA.
Ora, se é próprio do homem uma prática simbolizadora, também o é próprio a criação de realidades no mundo, sejam elas como as propostas no mundo da Matrix, ou as intencionadas por Jean Baptiste Grenauille, em Perfume, ou as de qualquer desejo subjetivo da alma humana como o vivido por Sofia Amundsen em O Mundo de Sofia. É com a prática simbolizadora que o homem pôde tentar satisfazer às perguntas fundamentais que inquietam a existência humana: quem sou?; de onde vim?; para onde vou? Tais questionamentos foram e são responsáveis por toda sorte de conhecimentos que os seres humanos são capazes. Essa é a história da filosofia, a história de seres humanos que se puseram a pensar e simbolizar a realidade da qual estão inseridos. Em uma palavra, o ser humano é o criador, gestor e ordenador da realidade que o circunda, seja ela sagrada ou profana, a partir de sua tendência à representatividade consciente da realidade.
Enfim, O mundo, as coisas, os outros, o si mesmo, as hierarquias, os poderes e os saberes são todos pensados e pensamentos da subjetividade humana. São conjeturas humanas. Aqui se pensa, aqui se cria!
Octavio Silvério de Souza Vieira Neto
Inverno de 2009
ACHEI INTERESSANTE, EU VI O FILME QUEM SOMOS NÓS, NO FILME FALA SOBRE FISICA QUANTICA E O QUE A MENTE PODE FAZER CONOSCO, EU ESTOU MUDANDO MINHA MANEIRA DE PENSAR E JA VI ALGUMAS MUDANÇAS.
ResponderExcluirEXCELENTE EXPLICAÇÃO, SOU ALUNO DE PEDAGOGIA DA UFRN E ESSE TEXTO FOI DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA MIM, JÁ QUE ESTOU ESTUDANDO AS ESFERAS DA EXISTÊNCIA HUMANA
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