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quinta-feira, 11 de junho de 2015

MEDIAÇÃO ONLINE CRIA CAMPANHA DE CROWDFUNDING PARA CRIAR O 1º CONATEdu

Originalmente publicado no www.mediacaoonline.com.br em 11 de junho de 2015

O Mediação Online começa a dar mais um passo em direção à disseminação gratuita de conhecimentos e metodologias de aprendizagem que tenham as tecnologias digitais como suporte, lançando a campanha de crowdfunding no Kickante, CONATEdu.
A campanha tem como objetivo arrecadar fundos para a criação do 1º Congresso Nacional de Tecnologias na Educação, evento online e gratuito para todos os interessados em compreender como podemos ressignificar o processo de ensino e aprendizagem com a implementação de recursos e técnicas das tecnologias digitais.
Para participar e ajudar milhares de pessoas terem contato com as mais novas propostas de como utilizar as tecnologias digitais na educação é muito fácil e lucrativo!
Basta clicar no link abaixo, conhecer o projeto CONATEdu, escolher a contribuição e a recompensa que melhor atenda suas possibilidades e desejos. 

PARTICIPE!





Visite a página do Mediação Online no Kickante, conheça o nosso projeto, CONTRIBUA E GANHE RECOMPENSAS INCRÍVEIS!


ASSISTA AO VÍDEO TECNOLOGIA E EDUCAÇAO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR E ENTENDA A NOSSA PROPOSTA






quinta-feira, 28 de maio de 2015

10 PASSOS PARA SE TORNAR UM EDUCADOR IMERSIVO NA CULTURA DIGITAL

DICA - Octavio Silvério de Souza Vieira Neto

ORIGINALMENTE, PUBLICADO PELO AUTOR NO SITE www.mediacaoonline.com.br EM 28 DE MAIO DE 2015.


Após ter superado o sucesso do ano anterior, o SENATED 2.0, atingiu uma marca histórica de audiência, compartilhamento e aceitabilidade por meio da proposta de seminário online idealizada por Cristiane Mendes Netto. Contando com mais de 6.000 comentários no Facebook ao longo de todo evento pudemos compartilhar e aprender técnicas e procedimentos valiosos para a formação continuada dos professores participantes e para a qualificação da educação por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).


O evento contou contou com 35 palestrantes de todo o Brasil que possibilitaram ao público participante uma interconexão com suas propostas de trabalho, seus conhecimentos e, fundamentalmente, cm momentos de muito diálogo e torca de informações por meio de curtidas, comentários e trocas de informação, nos comentários do Facebook .

Tive o privilégio de participar do evento, no dia 23/05 às 15:00 h, e gostei muito de interagir com os participantes do evento que não mediram palavras de elogios sobre as ideias e proposições de como utilizar recursos online e suportes móveis para imergir o professor na cultura digital.

Agradeço a todos os envolvidos na organização do evento, aos palestrantes envolvidos no projeto e aos milhares de professores internautas que participaram do evento e que, por meio de muito diálogo, interconexão e aprendizagem colaborativa propiciaram novos caminhos e transformações para todos os envolvidos e para a educação brasileira.

Para comemorar este momento, estou disponibilizando, GRATUITAMENTE, para todos os visitantes do site MEDIAÇÃO ONLINE que quiserem conhecer melhor as minhas PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ONLINE E SUPORTES MÓVEIS NA EDUCAÇÃO, os materiais que preparei para ministrar a palestra, PARA QUE POSSAM CONSULTAR AS INFORMAÇÕES E DADOS ONDE ESTIVEREM E NO MOMENTO QUE PREFERIREM.

BASTA ACESSAR O LINK ABAIXO E FAZER O DOWNLOAD do INFOGRÁFICO Sobre o Uso da Internet e das Mídias no Brasil 2015, o E-BOOK Recursos Online e Livres que Potencializam a Educação e a APRESENTAÇÃO (PREZI) que utilizei na palestra do SENATED 2.0.


Não deixe, também, de APROVEITAR E REASSISTIR, INTEIRAMENTE GRÁTIS, a palesta CONHECIMENTO, CIBERCULTURA E APRENDIZAGEM MÓVEL: 10 PASSOS PARA SE TORNAR UM EDUCADOR IMERSIVO NA CULTURA DIGITAL que ministrei no SENATED 2.0.



VEJAM OS PRINCIPAIS COMENTÁRIOS SOBRE A PALESTRA NO SENATED 2.0













terça-feira, 5 de maio de 2015

VEM AÍ O SENATED 2.0 - O MAIOR SEMINÁRIO NACIONAL DE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

DICA - Octavio Silvério de Souza Vieira Neto
ORIGINALMENTE, PUBLICADO PELO AUTOR NO SITE www.mediacaoonline.com.br EM 05 DE MAIO DE 2015.


Após o grande sucesso do primeiro SENATED em 2014, vem aí a nova edição do SENATED – Seminário Nacional de Tecnologias na Educação! 

O SENATED 2.0 é uma oportunidade imperdível para todos os educadores brasileiros que desejam inovar suas práticas pedagógicas, articulando as tecnologias de informação e comunicação ao currículo escolar na Educação.
O evento é online e gratuito de 17 a 23 de maio de 2015 e os temas desta edição estão muito interessantes e farão os participantes terem uma mova visão sobre o processo de aprendizagem para a Educação na atualidade. 
Me sinto orgulhoso e feliz de fazer parte do evento ministrando a palestra intitulada "Conhecimento, Cibercultura e Aprendizagem Móvel: 10 passos para se tornar um Educador Imersivo na Cultura Digital" que acontecerá no dia 23 de maio. Estarei contribuindo para a reflexão de conceitos e práticas inovadoras para a Educação como a compreensão sobre: O que é o conhecimento? Como o ser humano criou os conhecimentos ao longo da história? O que é cibercultura? Qual o impacto da aprendizagem móvel no processo de aprendizagem na educação atual? Como se tornar um educador Imersivo? Estes são alguns dos questionamentos que a palestra irá suscitar no espectador, apontando, além dos principiais conceitos que articulam as questões da cibercultura e da aprendizagem móvel, os 10 principais passos para que o professor se torne um educador imersivo no processo de aprendizagem, na educação do século XXI.



Convido os leitores do Mediação Online para se inscrevem no evento, participarem das discussões e divulgarem este evento tão significativo para a transformação da Educação brasileira.
O evento tem uma página no Facebook, onde você pode ficar sabendo de todas as novidades, curtir e compartilhar. Para acessar a página, clique aqui: http://www.facebook.com/senated

Gostou desta novidade? Já conhecia o SENATED?

Faça-nos uma visita e curta muito este evento, participando de nossas redes e deixando um comentário logo abaixo!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

QUE PAÍS É ESTE?...QUE EDUCAÇÃO É ESTA?

OPINIÃO - Octavio Silvério de Souza Vieira Neto
ORIGINALMENTE, PUBLICADO PELO AUTOR NO SITE http://www.mediacaoonline.com.br EM 17 DE MARÇO DE 2015.


Nos últimos três dias, após os protestos ocorridos nas principais cidades do Brasil, os brasileiros estão vivendo dias intensos, de muitos questionamentos e reflexões sobre os caminhos que trilharemos rumo ao futuro do país.Marcadamente democrático, os protestos entoaram muitos problemas importantes que temos que enfrentar nos próximos anos, como a questão da desigualdade social, da reforma política, da minimização da impunidade, do fim da corrupção, da discriminação, entre outras, que ao lado de questões menos significativas pela falta de plausibilidade jurídica e constitucional, como o impeachment da presidenta Dilma e os absurdos pedidos de retorno da intervenção militar no país, demarcaram um problema de fundo que percorre a história do Brasil, precisa se tornar o centro das atenções dos brasileiros e que já havia sido denunciada por músicos brasileiros das décadas de 80/90, expressa na música de Renato Russo: Que país é este?Esta expressão crítica, ecoou tão fortemente, Brasil afora, no domingo (15/03), que levou a Polícia Federal, na segunda-feira (16/03), a batizar, oportunamente, a 10ª fase da operação Lava Jato com a mesma expressão.  Rememorando um pouco a minha juventude, lembro-me de ter vivido o glorioso momento da pós-redemocratização no país em que o movimento propiciado pela musicalidade brasileira, embalado por ideias e ritmos revolucionários, fez com que bandas como Legião Urbana, Titãs, Ira, Plebe Rude, entre outras, criassem canções explosivas, efusivas e contagiantes, nos impulsionando nas pistas de dança e shows inesquecíveis e propiciando às nossas mentes e corações a certeza de que tentar compreender melhor o porquê nos situávamos na condição sociocultural em que vivíamos, fazendo-nos questionar sobre as mesmas questões que emergiram no último protesto no Brasil. Este foi um momento significativo em minha vida, me permitindo, por exemplo, estabelecer as primeiras conexões reflexivas e pensar em estratégias e ações que me permitiriam chegar onde estou e tornar-me o que sou. Contudo, este foi um trabalho, no início, solitário e as sinapses aconteceram por experiências e erros, por reflexões incoerentes em função da ausência de mediadores (lembremos que nem todos deram a mesma importância às questões emergentes naquele momento, principalmente, na educação) o que não é tão saudável à mente e à existência humana.Diante desta reflexão, a pergunta que não pode calar, neste processo de feitura dos sujeitos na sociedade, é a de que: se estas questões sobre a desigualdade social, a corrupção no país, o fim da impunidade, a discriminação e tantas outras que fomentaram nossas inquietações naquele período voltaram à tona 24 anos depois, o que não fizemos e o que não aconteceu para mudar significativamente a história do Brasil e deixarmos para traz estes vergonhosos modos de agir na sociedade?Em seu último pronunciamento à nação (16/03), a Presidenta Dilma, legitimando a importância dos protestos no regime democrático, da minimização da impunidade e da importância da reforma política para que possamos atingir novos posicionamentos sócios econômicos e históricos, propôs que o diálogo será a melhor saída para o ajuste de questões que estão emperrando o Brasil. Todavia, quando questionada sobre a corrupção afirmou que “A corrupção não nasceu hoje. Ela é uma senhora bastante idosa neste país e não poupa ninguém. Ela pode estar em qualquer área, inclusive no setor privado”.Ora, esta afirmação de Dilma Rousseff, nos faz pensar que o real problema que está no cerne do debate brasileiro e que é o estopim para que a corrupção seja uma “senhora bastante idosa”, está sendo deixado de lado. Pois, a questão do fracasso da educação brasileira, foi alijada às margens dos questionamentos e das prováveis ações políticas propostas pelo palácio do Planalto após os protestos do domingo último.Nas ruas, apesar das tímidas manifestações nos protestos de domingo lembrando o fracasso da educação brasileira, o que se observou foram absurdas ignorâncias históricas, como a ideia de retorno do regime militar, a falta de conhecimento constitucional com os pedidos de impeachment da presidenta, o enxovalhamento da comunicação com expressões grosseiras, sem escrúpulos e que emporcalham o que somos e pensamos uns dos outros em nossa sociedade. Isto demonstra como é necessário, sim, que façamos um pacto para a reforma política no país. Mas esta reforma só terá efeito quando entendermos que é a reforma da educação brasileira que propiciará a manutenção da reforma política.Ora, o que temos alertado é que estamos diante de uma crise de valores éticos e não somente diante de uma crise política e econômica e isto passa, inevitavelmente, pela crise da educação.Sabemos que, historicamente, nem as políticas públicas, tampouco os processos pedagógicos que nos trouxeram até aqui, puderam resolver este grave problema que implica diretamente nas bases e fundamentos dos valores e das ações políticas em nossa sociedade. Sabemos, também, que a desigualdade, a corrupção, a discriminação, a impunidade e tantos outros problemas nacionais são produtos da fragilidade destes valores e do fracasso da educação. Isto é público e notório! A questão principal destes problemas, portanto, passa a se configurar da seguinte forma: Que educação é esta? Ou seja, se sabemos que estes problemas são o resultado da crise de valores em nossa sociedade, por que quando estamos imersos nos processos de formação e constituição da aprendizagem dos sujeitos não propomos novas perspectivas para o processo de aprendizagem, a fim de ressignificarmos valores e ações humanas? De outro modo, o que estamos fazendo quando somos gestores, coordenadores pedagógicos e educadores para que a educação se transforme e promova aos educandos (os futuros atores políticos na sociedade) uma nova perspectiva de aprendizagem que forme o cidadão para agir eticamente na sociedade?Infelizmente, como temos observado, tem sido feito muito pouco, tanto em termos de políticas públicas efetivas, quanto em termos de processos de aprendizagem no chão da escola. Como tenho dito, muitas escolas insistem em se manterem tradicionais; insistem em serem os cárceres da educação; insistem que o mundo exterior não possa fazer parte no interior dos seus muros. Ora, mas quem são as escolas senão os agentes que nela circulam, agem e a instauram à suas condições atuais.Quando pensamos em educação no Brasil, e em específico a educação pública, ainda é inevitável pensarmos nas escolas como espaços em que crianças são submetidas a um sistema de vigilância, de punição e docilização, associados a uma vontade de verdade absurda que as impede de relacionar o mundo à sua volta com os conhecimentos acumulados e, assim, de adquirirem uma formação plena, permitindo-as serem um sujeito criador de conhecimentos e de novas formas de ação e expressão na realidade.Ora, basta observarmos os usos das tecnologias na escola, em que, por exemplo, artefatos que fazem parte da vida cotidiano de todos nós, são impedidos de estarem na sala de aula, como os dispositivos móveis, ou se estão na sala de aula, devem permanecer desligados por proibição das normas escolares. Outro exemplo são as escolas, que tem repetidores de sinais wifi em toda a sua extensão e que os mesmos são impedidos de serem acessados, com suas senhas gradadas a sete chaves. Ou mesmo escolas que tem 10 MB (megabytes) de velocidade de rede utilizadas para fins administrativos, enquanto os laboratórios de informática, com apenas 2 MB, ficam impedidos da utilização coletiva o que os relegam à subutilização, fadando tais equipamentos à condição de sucatas tecnológicas.Estes exemplos demonstram que a maioria das escolas brasileiras, em pleno século XXI, ainda são administradas por modelos de gestão autoritárias, sobrando pouco espaço para a práticas democrática e para práticas pedagógicas inovadoras. O reflexo disto é que as escolas geridas desta maneira tem como fim último prerrogativas administrativas, como nos lembra Vitor Paro, deixando de lado ações que, por serem democráticas, efetivamente proporcionariam a ampliação da qualidade de aprendizagem, o fim último da educação.  Do mesmo modo, os processos de aprendizagem, por sofrerem influências de modelos de gestão meramente administrativo, não levam em conta que a formação humana é a possibilidade que os sujeitos têm de aprimorarem seus valores, em um processo de aprendizagem rizomático, como enaltece Adriana Rocha Bruno, em que o professor é o mediador de um processo que tende a contextualizar o conteúdo e a forma, os conhecimentos acumulados e o mundo da vida. Ou seja, é em rede, colaborativamente, que educadores, educandos e a realidade têm a possibilidade de amplificar, ampliar e transformar os conhecimentos, que são cocriados em um processo relacional contínuo.Todavia, para que este processo possa se desdobrar é necessário que a escola se transforme. Ou como radicalmente aposta Luciano Meira, que esta escola que está aí hoje chegue ao fim, para que possamos transformar o seu DNA, a sua estrutura, a sua intencionalidade. Somente desta forma, poderemos vislumbrar uma escola que realmente faça parte do nosso tempo, que aceite os seus apelos e que possa proporcionar formação de qualidade aos sujeitos, de tal modo que, em um futuro breve, possamos apenas nos lembrar de um tempo em que lutamos contra a desigualdade, a corrupção, a impunidade, todos juntos, e que nossos esforços fizeram com que o Brasil virasse de vez esta página vergonhosa de nossa história e se tornasse uma nação grandiosa, educada, política e, verdadeiramente, democrática, uma pátria educadora como preconiza o slogam da campanha governamental brasileira. Pois como nos alertou Nelson Mandela “a educação é a ferramenta mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo”.

terça-feira, 24 de março de 2015

POR QUE PRECISAMOS CONHECER A FILOSOFIA?

Leia a tira em quadrinhos abaixo de Mafalda:



MAFALDA. O que é Filosofia. Disponível em .

“Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência.”
 Aristóteles

Como vimos na tira em quadrinhos acima, do escritor argentino Quino, Mafalda faz um questionamento para o seu pai que o deixou confuso, fazendo-o pesquisar e estudar muito para tentar encontrar uma resposta sobre o que é a Filosofia. O que é interessante nesta tirinha em quadrinhos é que todos nós, em algum momento de nossa vida, seremos desafiados a entender o que é a Filosofia. Contudo, por já ser filosófica, esta não é uma questão simples de ser compreendida ou respondida, como percebeu o pai da Mafalda.
A compreensão sobre o que é a Filosofia não pode acontecer sob uma única ótica interpretativa emanada de um conceito de verdade absoluto. Mas, o entendimento que seja a Filosofia só acontece quando a entendemos por meio de múltiplas perspectivas de compreensão desta forma de conhecimento.
Ora, agora, você pode estar se perguntando: se temos múltiplas possibilidades de responder o que é a Filosofia, então não teremos nunca uma resposta e uma compreensão sobre o que é este tipo de conhecimento, uma vez que conhecer alguma coisa é poder ter uma resposta verdadeira, única, absoluta sobre as coisas e conhecimentos?; ou, ainda, como distinguir a Filosofia de outras formas de conhecimentos científicos, uma vez que todo conhecimento é pautado pela busca de um conhecimento verdadeiro? Bem, a princípio podemos incorrer neste tipo de confusão. Mas não é bem assim!

Vamos entender isto melhor no exemplo a seguir. Se reunirmos várias pessoas com maior ou menor afinidade em relação à Filosofia (teólogos, filósofos, artistas, cientistas, pessoas comuns, entre outras) e fizermos tal questionamento a elas, certamente, teremos muitas possibilidades de respostas à questão, ocasionadas pelas perspectivas culturais das quais formam cada uma destas pessoas. Um teólogo, a entenderá à luz de concepções que fundamentam a sua crença religiosa; um filósofo a entenderá segundo a orientação filosófica da qual tem mais afinidade; um artista a perceberá conforme as implicações existenciais e artísticas de sua obra; o cientista a deduzirá como princípios e orientações lógico-metodológicas para as suas investigações; e o homem comum a intuirá como forma de consolidar pensamentos e crenças cotidianas. Todavia, mesmo diante destas múltiplas interpretações sobre o que é a Filosofia, todas expressarão a importância da Filosofia como uma das prerrogativas fundamentais do ser humano, requerendo de todos nós que possamos compreendê-la como a busca humana racional e incansável pelo conhecimento.
Deste modo, podemos sim ter uma resposta do que é Filosofia, mesmo diante da multiplicidade de interpretações, quando entendermos a sua importância para a constituição dos saberes e da vida como um todo. A Filosofia, neste sentido, poderá ser compreendida como um modo de “especulação infinita e desregrada em torno de qualquer assunto ou questão, ao sabor de cada autor, de suas preferências e mesmo de seus humores [...]” (PRADO JUNIOR, 2000, p. 06), sem a pretensão de resolver tais assuntos ou questões, mas sugerindo novas questões e problematizações, estimulando a análise, reflexão e a crítica sobre os saberes humanos. Ou seja, a                                                                                                            
Filosofia é uma busca incessante pelo conhecimento do conhecimento, pelo conhecimento pensado pela humanidade, pelos saberes que constituem a realidade humana.

Ora, como sabemos, o ser humano é o único animal da face da terra que é racional, como bem disse o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.). Por ter a predisposição à racionalidade, a pensar sobre os acontecimentos que fazem parte da sua vida, o ser humano é, também, o único animal que consegue pensar em termos de passado, presente e futuro. Ou seja, todos nós podemos rememorar nosso passado, lembrar de nossa infância, juventude, dos amigos que há muito tempo não encontramos, dos momentos felizes que passamos e dos problemas que fizeram parte de momentos de nossa vida.  
Podemos, também, pensar o presente para que possamos viver de forma saudável, realizar bons negócios, nos divertir, resolver problemas do dia a dia, viver melhor. Da mesma maneira, podemos pensar sobre o futuro, planejando melhorar de vida, comprar um carro, uma casa; projetando novas fases de sua vida como concluir um curso, fazer uma faculdade, encontrar um novo emprego; ou criando novas possibilidades para a vida produzindo novos equipamentos tecnológicos, encontrando a cura de doenças, propondo novos modelos de arquitetura, entre outros.
Pensar, portanto, é uma capacidade humana que nos faz criar múltiplas possibilidades de saberes para a vida humana. Mas, será que o simples fato de pensarmos sobre o presente, o passado e o futuro já nos predispõe à condição de sermos filósofos? O que é ser um filósofo? Ou ainda, a que tipo de conhecimento se propõe a Filosofia?
Bem, entender que o ser humano é um animal racional nos faz ir de encontro ao fato de que todo ser humano nasce com a capacidade do filosofar. Imagine uma criança quando começa a dar seus primeiros passos, a expressar suas primeiras palavras, a se encantar e admirar com o mundo que está à sua volta. Logo começam a surgir interrogações, questionamentos que são interpelados aos adultos que estão à sua volta: o que é o mundo?; como uma planta nasce?; por que o céu é azul?; por que as formigas andam atrás umas das outras?; onde estão as pessoas nas imagens da televisão?; por que ….?; como ….?; onde ….? Sempre que percebemos uma criança inquieta e fazendo perguntas que nós adultos já não o questionamos, há bastante tempo, estamos diante de um fenômeno humano que é o fato de que a criança está exercitando seu espírito filosófico, questionando sobre as coisas, os fatos, os fenômenos que estão à sua volta, capacidade esta que, nós adultos, perdemos por nos conformarmos com respostas prontas, acabadas, verdadeiras e absolutas sobre estas mesmas coisas, fatos e fenômenos.
Neste sentido, podemos entender a importância de se compreender a Filosofia como sendo a capacidade que o ser humano tem, independente de sua idade, condição de vida, situação econômica, filiação política ou religiosa, de analisar, refletir e criticar todas as coisas, fatos e fenômenos que estão à sua volta. É a capacidade de olhar de forma diferenciada, de suspeitar e desconfiar de todas as respostas prontas, verdadeiras e absolutas que nos oferecem como respostas únicas sobre os acontecimentos, a vida e o mundo que está à nossa volta. É a possibilidade de duvidarmos, pensarmos e agirmos no mundo por meio da atitude filosófica: a capacidade de enxergarmos o mundo de forma analítica crítico e reflexiva, em uma busca incessante em direção ao saberes dialogados, compartilhados e aceitos, provisoriamente, como possibilidades explicativas de um espaço e tempo nas sociedades. Contudo, o fato de caminharmos em direção à atitude filosófica, de vislumbramos o mundo com o espírito filosófico, não nos coloca na posição de filósofos, uma vez que para sermos filósofos necessitamos de métodos de investigação filosófica precisos, rigorosos e uma sistematização do pensamento que faz com que o filósofo discuta as grandes questões fundamentais para o conhecimento e a vida humana. 
Para tanto, o verdadeiro filósofo passa a compreender que a Filosofia é conhecimento e que há uma distinção entre a Filosofia e a Ciência, uma vez que, mesmo que ora ou outra se ocupe do mesmo objeto de conhecimento das ciências, “[...] é pelo objeto, pela matéria ou assunto de que se ocupa, que a Filosofia, para ter existência própria e se legitimar, se há de distinguir” (PRADO JUNIOR, 2000, p. 12) das Ciências. Se às Ciências “[...] cabe, como objeto, a realidade universal, isto é, o universo e seu conjunto de ocorrências, feições, circunstâncias que envolvem e também compreendem o Homem [...]” (PRADO JUNIOR, 2000, p. 13), à Filosofia cabe, como objeto, o conhecimento do conhecimento, buscar compreender diante da realidade universal “o que vem a ser o fato ou o ato de ‘conhecer’; e como se realiza esse fato, qual a sequência – sua gênese, seu desenvolvimento, e seu desenlace; [...] como se apresenta e se configura na sua conclusão como corpo de conhecimentos para o qual o processo afinal se dirige e em que se torna” (PRADO JUNIOR, 2000, p. 16). Portanto, a Filosofia proporá, como Epistemologia (Teoria do Conhecimento), ultrapassar todo o conhecimento ordinário (senso comum) e todo o conhecimento em geral da Ciência, que tem por objeto as feições e ocorrências do Universo que envolvem o Homem e de que ele participa, se prestando à investigação do próprio conhecimento, do conhecimento de tais feições e ocorrências, para no contexto do processo cognitivo humano, chegar a seu fim primordial: o de conhecer a função e constituição essencial da natureza humana e de determinar e orientar devidamente o comportamento do ser humano nas sociedades.
Por isto, é importante que todo ser humano entenda e aprenda o que é a Filosofia, a fim de que tenhamos conhecimentos sobre a própria natureza humana e a maneira como o ser humano vive e se comporta no meio social em que está engajado. Se não for por este motivo, seja para que tenhamos conhecimento do conhecimento e não nos deixemos guiar pelas imposições alheias, pelas verdades absolutas que massificam o ser humano e o impede de realizar a única coisa que o caracteriza e o distingue dos demais animais: a capacidade de pensar e criar novos conhecimentos. 
Mas como o ser humano descobriu esta capacidade analítica, crítico e reflexiva de conhecer o conhecimento? O que, com este novo posicionamento intelectual, mudou na história dos seres humanos? Como podemos agir filosoficamente e superamos as condições de massificação que são impostas aos seres humanos ao longo de toda a história? Estas serão questões que veremos nos próximos textos.


Octavio Silvério de Souza Vieira Neto