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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sociedade de Informação e Comunicação e Educação


A discussão sobre o impasse existente entre as transformações avassaladoras do nosso tempo e a educação é um fato cotidiano e que deve ser levado às últimas conseqüências nas reflexões da atualidade.

Se entendermos que o sentido de formação da escola ainda é afeito à Bildung moderna, ou seja, um sentido de formação que privilegia o modelo de sociedade industrial, em que o sujeito moderno será o componente areflexivo do processo produtivo, fica evidente que a escola da atualidade sofre uma crise de identidade em relação ao tempo e espaço do qual é parte fundamental.

A escola da atualidade imprescinde de atualização que a faça entender que a mesma está imersa na sociedade de informação e não mais na sociedade industrial de séculos passados. O mundo se transformou, a indústria se atualizou, as pessoas mudaram e a escola, com uma grande maioria dos professores, ainda se mantêm presos a um modelo institucional que valoriza a decoreba, a coerção, a avaliação punitiva, a reprovação, a hierarquia, a especialização e, sobretudo, uma vontade disciplinar que não é próprio da sociedade de informação em que vivemos, mas da sociedade disciplinar da era moderna.

A escola, hoje, ainda não conseguiu perceber, como aponta Marcos Cavalcanti, que “não vivemos em uma era de mudanças, mas em uma mudança de era”. Vivemos no torvelinho da transformação da era industrial para a era da informação e comunicação.

A educação e, como o texto de Nelson Pretto nos aponta, as políticas públicas, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, não conseguiram sistematizar e posicionar a escola com o corpo que a gesta, diante das principais necessidades pedagógicas da sociedade de informação. O que as políticas públicas e a escola necessitam compreender é “como pode se sustentar este sistema, ainda centrado em velhos paradigmas, muitas vezes enfatizando apenas a formação de uma mão de obra, sem nem mesmo perceber que está mudando o conceito de mão de obra, num movimento de velocidade muito intensa” (PRETTO, 2008, p. 04). E conclui: Tem sentido continuarmos investindo neste sistema que não consegue dar conta destas transformações? (PRETTO, 2008, p. 04).


Neste sentido que é pertinente trazer à tona a discussão promovida por Marcos Cavalcanti em Palestra no programa Café Filosófico CPFL gravada no dia 18 de setembro, que aponta que o futuro não está necessariamente dependente dos cinco fatores de produção que gerariam as riquezas na sociedade industrial como terra, energia, matéria-prima, capital e trabalho. Hoje, vivemos em um mundo em que “conhecimento passa a ser um fator de produção mais importante do que os cinco fatores de produção da sociedade industrial, juntos”. E aponta que “segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2000, 55% da riqueza que foi gerada no mundo veio do conhecimento. Não veio da terra, do capital, do trabalho, da energia nem da matéria-prima”. Segundo o professor e empresário, o Intitut for the Futere, em pesquisa realizada em 2009, aponta que 70% das exportações americanas estavam relacionadas com conhecimentos, com os chamados bens intangíveis, e somente 30% das exportações estavam relacionados com os outros fatores de produção da sociedade industrial.


Portanto, nós vivemos em outra realidade que não mais a da sociedade industrial. Um mundo em que o principal fator para se gerar riquezas é o conhecimento. Ora, e quem gera conhecimento nas sociedades? Os computadores, os softwares, os bens intangíveis?


Certamente não. Quem gera riquezas é o próprio ser humano.


O que a educação e as políticas públicas não conseguiram perceber é o que alguns setores industriais já absorveram: que a formação humana é a grande geradora de riquezas na atualidade. Ter conhecimento é muito mais importante que ter terras, por exemplo, um grande fator de riquezas em tempos passados. Pois terras sem pessoas com conhecimentos são espaços geográficos inférteis. A indústria, também já percebeu que diferentemente do que afirmava Henri Ford, que “o bom operário era o que deixava o pensamento em casa”, hoje, os bons colaboradores são aqueles que refletem sobre as possibilidade de produção de riquezas para a indústria.


Neste sentido, Pretto nos aponta que “(...) a transformação do sistema educacional passa, necessariamente, pela transformação do professor. Não podemos continuar pensando em formar professores com teorias pedagógicas que se superam quotidianamente, centradas em princípios totalmente incompatíveis com o momento histórico” (PRETTO, 2008, p. 05). Tampouco, de nada adianta encher as escolas de recursos tecnológicos de última geração se os professores mantiverem-se presos à visão fragmentária, como apontara Nietzsche, de redução máxima da cultura, de especialidades em que não se leve em conta a realidade como um todo, com uma visão sistemática da realidade. Pois, os educandos da atualidade, diferentemente dos professores que tem um trato instrumental com a tecnologia são uma “(...) geração X (novas tribos) [que] convive simultaneamente com os vídeo-games, televisões, Internet, esportes radicais, tudo simultaneamente, de forma múltipla e fragmentada, tudo ao mesmo tempo. Esta geração já relaciona-se com as novas medias de forma diversa e já existem sinais de um novo processo de produção de conhecimento, ainda desconhecido pela escola” (PRETTO, 2008, p. 05). Ora, uma geração que vê o mundo na sua descontinuidade e instabilidade como um todo e não de forma fragmentária como a realidade fosse constituída em partes.


Portanto o que é imprescindível em nosso espaço e tempo educacional é uma ressignificação do sentido de formação do ser humano, seja do educador ou do educando, das propostas político-pedagógicas e das políticas publicas de educação, uma vez que, como aponta Pretto, “está claro que necessitamos de muito mais do que simplesmente aperfeiçoar o sistema educacional. O momento exige uma profunda transformação estrutural deste sistema. Uma transformação, que passa, necessariamente, como venho expondo aqui, pela sua maior articulação com os sistemas de informação e comunicação” (PRETTO, 2008, p. 04).



REFERÊNCIAS

  1. PRETTO, Nelson. Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre aspolíticas públicas brasileiras . Disponível em: < http://www2.ufba.br/~pretto/textos/rbe11.htm >. Acesso em: 24 maio 2010.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Cognição Humana


A tentativa de compreensão e a busca pelo sentido que melhor classifica algum conceito é uma tarefa importantíssima. Para tanto, é imprescindível que se tome como ponto de partida o estudo etimológico do étimo ao qual deseja-se conhecer.
O Wikicionário, por exemplo, nos dirá que, no sentido etimológico, a palavra cognição vem do latim cognitìo, ónis , o ato de conhecer. Partindo da constatação do étimo podemos compreender a definição de Houaiss que aponta que é “a aquisição de um conhecimento” (HOUAISS, 1994, p.234) e ainda a definição do Wikicionário que é “ato ou efeito de conhecer; e a compreensão sensorial consciente ou inconsciente; compreensão do subjetivo”

artindo desta análise, poderemos fazer o exercício de aproximação conceitual da palavra cognição aproximando-a ao conceito de produção, não no sentido fabril da modernidade, mas no sentido aristotélico de uma arte produtiva. Advinda do latim produção quer dizer productĭo, -ōnis, logo podemos entender produção como o ato ou efeito de produzir ou como aponta Houaiss, “ (...) realização” (HOUAISS, 1994, p.830).
Ora , ao nos aproximarmos destas duas especificações etimológicas, inevitavelmente, estaremos entendendo a cognição como um processo poiético, ou seja, como ato “produtivo ou criativo, enquanto diferente de prático”. Pois como aponta Aristóteles, “a arte é produtiva, enquanto a ação não é”(ABBAGNANO, 1998, P. 772).
Diante disto, podemos intuir uma conceituação muito interessante do que seja a cognição: o ato de conhecer e de produção criativa (poiésis) do ser humano. Logo, o ser humano é o único animal que tem a possibilidade de ao se defrontar, sensivelmente, com a natureza, a partir de seu espírito poiético, de imaginá-la e modificá-la segundo sua categoria subjetiva. Pois ao relacionar-se com a realidade o homem a conhece, a recria, a reinventa, a ressignifica com sua potencialidade subjetiva e poiética.
Esta é a capacidade de realização do ser humano que, quando entende-se como um ser poiético, entende a vida como a arte de produzir significações que amenizem a instabilidade do real. Assim, podermos nos aproximar da conceituação de cognição como a capacidade existencial do homem de ressignificar a realidade.

Referências:

HOUAISS, Antonio. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1994.

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Tradução: Alfredo Bosi. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,1998.


terça-feira, 18 de maio de 2010

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